quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Laranja Mecânica de Stanley Kubrick

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange), EUA, 1971. De Stanley Kubick. Com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates.


O que faz de um filme um clássico? Como identificar um clássico? No meu ponto de vista, um filme só recebe o rótulo de "clássico" quando, além de agradar ao público e a crítica, se torna atemporal. Ou seja, continua proporcionando, ao ser assistido, o mesmo prazer que proporcionou na época de seu lançamento, independentemente de há quanto tempo foi lançado. Claro que, muitas vezes, acaba se tornando visualmente datado; mas o importante é que o 'texto' do filme continue sempre atual.


Pois bem, o clássico Laranja Mecânica é um dos melhores filmes de ficção científica do século 20 e, para mim, é a obra-prima de Stanley Kubrick, além de ser um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, ao qual já assisti diversas vezes e do qual nunca me canso.


O livro no qual o filme é baseado está completando 50 anos e será re-lançado no Brasil este mês (novembro de 2012), em uma edição especial em capa dura e com ilustrações de 3 artistas diferentes. Já planejava publicar uma resenha sobre este filme há bastante tempo. Então, acho que é chegado o momento ideal.


A estória do filme é centrada em Alex, o líder de uma gangue de punks (não, não usam cabelo moicano! Vestem macacões brancos e chapéus-coco mas são, em última análise, punks)  que costumam beber leite drogado, ouvir música clássica e cometer crimes de ultra-violência, em uma Inglaterra futurística (o que, hoje, já poderíamos chamar de futuro retrô) e sob um regime totalitário e policialesco.


Após cometer vários delitos, Alex e sua gangue estupram uma mulher e aleijam seu companheiro na residência daqueles e, mais tarde, a mulher vem a falecer. Alex acaba sendo preso e depois de um tempo se oferece como voluntário para participar de uma experiência de condicionamento comportamental, a qual suprime seu 'apetite' por violência.


Depois de vários percalços e de enfrentar diversas consequências de seu atos pregressos, Alex tenta, sem sucesso, o suicídio. A oposição ao governo expõe seu caso na mídia e ele é apresentado à opinião pública como sendo uma vítima do sistema vigente no país.


No hospital, enquanto se recupera de múltiplas fraturas, Alex recebe a visita do Primeiro-Ministro que, em nome do governo, pede desculpas a ele (com total cobertura da mídia!). O filme encerra mostrando imagens dos últimos pensamentos de Alex: ultra-violência!


Apesar de todas as atrocidades cometidas por Alex, ainda assim, simpatizamos com ele, torcemos por ele e ficamos penalizados com o seu sofrimento.

Entre as várias questões abordadas pelo filme, uma das que mais me chamam a atenção é a questão da violência. Seja a violência de um indivíduo contra outro ou a violência do Estado contra o cidadão.

Assim como em todo filme de Stanley Kubrick, em Laranja Mecânica não poderia ser diferente: a trilha sonora é quase tão importante quanto as imagens que rolam na tela. E a trilha de Laranja Mecânica é simplesmente arrasadora! Como já comentei em outra oportunidade, Walter Carlos comete a 'heresia' de tocar música clássica utilizando-se de sintetizadores!



Laranja Mecânica, além de tudo, tornou-se um ícone pop. E referências à obra cinematográfica podem ser encontradas em diversas mídias diferentes e em muitos produtos de merchandising.















terça-feira, 6 de novembro de 2012

Os Novos Anjos da Lei

Anjos da Lei (21 Jump Street), EUA, 2012. De Phil Lord e Chris Miller. Com Jonah Hill, Channing Tatum, Ice Cube.


Se você ainda lembra daquele seriado mequetrefe dos anos 80, onde Johnny Depp fez sua estréia como ator, pode esquecer! O longa metragem dirigido por Phil Lord e Chris Miller não tem nada a ver com a sua versão televisiva. Apenas o nome e a premissa básica: jovens agentes policiais infiltram-se entre estudantes e adolescentes para descobrir e prender traficantes e outros criminosos juvenis.


Jonah Hill consegue seu primeiro bom papel desde o filme Superbad (onde interpretava o gordinho histérico Seth) e faz dupla com Channing Tatum (de Querido John), naquele velho clichê dos filmes policiais: dois agentes, que a princípio se odeiam, são obrigados a trabalharem juntos como parceiros e, com o tempo, vão aprendendo a respeitar e até, por que não dizer, a amar (no bom sentido) um ao outro.


Também merece destaque a interpretação do rapper Ice Cube (que já havia provado ser bom ator em Do Fundo do Mar), como o chefe durão e "porra-louca" da dupla de policiais.


As piadas são muito boas e, por mais escrachadas que sejam as situações, o humor é sempre inteligente. Diversão garantida, do início ao fim (Atentem para a participação especial de Johny Depp!). Dei nota 9.


O filme foi lançado nos cinemas do Brasil em maio e em Blu-Ray e DVD em outubro.